terça-feira, 30 de setembro de 2008

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"puto de sete anos a fazer tropelias na sala de aula:
... blá, blá, blá (calmo e até carinhoso) da professora "... porque...por favor, tu não tens respeito nenhum na escola!"
resposta dele para a professora:
"porque a escola também não tem respeito nenhum por mim."
pergunta minha, para os meus botões:
" de onde vêm estes comentários? para onde vamos nos nossos dias? o que iremos ainda ouvir?"

QUEM FAZ AS CONTAS POR MIM, HOJE?



07:57 -Entrada na escola;
08:00 às 10:30 - Aulas ao 3º C;
10:30 às 11:00 - Intervalo no qual: recebi recados de acontecimentos vários a resolver; recebi o técnico que vinha compor os computadores; atendi dois telefonemas de serviço; acudi a fogos diversos no polivalente e nos átrios; fui dar umas informações à sala dos professores…
11:00 às 13:00 – Mais aulas com o 3º C…
Intervalo para almoço, no qual fui a correr ao Porto mostrar o pé ao cirurgião e fazer o penso. Esta parte não interessa nada porque não é importante, não é trabalho…
15:00 às 16:00 – Chamada ao CE para receber informações fresquinhas sobre a chegada rápida do “ Magalhães” (ler em http://www.profblog.org/2008/09/email-da-directora-da-dren-e-declarao.html )
16:00 às 16:45 – Na escola, para Apoio ao Estudo, aquela oferta que todas a escolas têm de apresentar no seu currículo, sendo que para isso se aumentou o horário lectivo dos professores do 1º ciclo de 25 horas lectivas semanais para 27 horas lectivas semanais de trabalho directo com a turma.
16:45 às 18:30 – Preparação da Reunião mensal de Coordenação de Escola que iria iniciar-se a esta hora: (impressão de listas, actas, folhas de presença, documentos a entregar, mapas a preencher; telefonemas para a Câmara, GNR e Canon … .preparação da agenda da reunião….e outras coisas que já nem sei)
18:35 à 20:30 – Reunião…. Com 30 e tal pessoas que querem acabar depressa, mas nunca se calam. E com razão, porque como já não há tempo para estarmos juntos é preciso descomprimir e dar á língua, de vez em quando!
Cheguei a casa às 20: 50. Tinha uma pasta divinal, feita pela minha filha, que está de férias… Obrigada por já seres crescida.
Ainda fiquei a pensar que tinha de recolher e registar alguns dados que me transmitiram e dos quais amanhã já me esqueci… mas não faço mais nada hoje! Até porque já nem sei fazer a conta das horas que trabalhei.


Preparar as aulas para amanhã?

Claro que não é preciso, porque como sou Titular e já tenho tanta experiência, nas palavras da Srª Ministra “não necessito de perder tempo a preparar as aulas”.

E os miúdos também não precisam nada, porque como são todos iguais, a gente reproduz uma cassetezinha e eles aprendem logo tudo, na boa.
Ah! Esqueci-me de dizer que perdi algum tempo a beber um iogurte de manhã e um de tarde. Terei de descontar…
Agora vou mesmo ver um policial (obrigada AXN pelos novos CSI), comer uma fatia de Bolo de Laranja com Chocolate (Obrigada Ana twice), tomar um café (Obrigada V) e esticar-me no sofá. Porque não podemos deixar de lado todos os nossos vícios.
E porque o pé me dói muito, hoje.
Boa Noite!

Expliquem-me uma coisa...

Porque é que já andam por aí CE a definir datas mui próximas para a entrega dos tais objectivos e são... mais papista que o dito cujo?
Esses CE já foram algum dia professores?
E voltarão um dia a ser???

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desta sempre foi!

E por fim, lá conseguiram!
Mais um fim-de-semana, mais uma intrusão na escola.
E agora, entrando com chaves que já possuem, (sabe-se lá quem lhas deu)... conseguiram até entrar na casa forte, onde o pouco que tinhamos estava guardado. Pouco é como quem diz: levaram 4 computadores portáteis novo, dois iguais aos da foto, "virgenzinhos", tinham chegado na semana passada. E mais um data show dos novos, e mais um projector, e mais resmas de papel (que não custaram nada a levar porque ainda estavam embaladas) etc...etc...etc.
Ficámos se nada!
Fico a pensar se vale pena andarmos nesta luta inglória.
Quando será que escrevo neste blog um post a dizer coisas boas que nos aconteceram na escola?
O que vale é que os nossos superiores não se esqueceram de inventar os "magalhães".

domingo, 28 de setembro de 2008

Talvez porque é Outono… Será só???

A nossa árvore de Outono, lá na sala.

Acabei agora de me “babar” depois de ver que tive direito a citação no “Blog Viciante” da minha amigona Anabela Matias. Está linkado aqui mesmoao lado, pois foi o meu blog mentor. Volto a repetir: http://anabelapmatias.blogspot.com/
Primeiro que tudo, tenho de te dizer OBRIGADA Anabela, porque apesar de ser, desde sempre, uma viciada nestas coisas da Net (a sério, até já tive de me “desviciar” há um tempo atrás), ainda não tinha conseguido entrar nesta onda da blogosfera. Não lhe achava grande piada e também não tinha percebido que poderia tirar grande partido dela, para a escola. Entrei assim de mansinho e vai daí, já não passo sem ir todos os dias espreitar uns quantos bloguezinhos que me seduziram.
Em segundo lugar, sabes bem que muitas das minhas histórias que te fazem rir, não seria possível, nem politicamente correcto colocá-las por escrito. Há, no entanto muitas outras que vou tentando registar e pensando conseguir passar essa mensagem de boa disposição com aquilo que vivo, na escola.
Por fim, o que me preocupa mesmo é que, ultimamente por mais que tente, parece que há menos coisas a fazerem-me rir, apanho com mais dificuldade os pormenores do dia a dia na profissão, aqueles que sempre assentei no meu Moleskine do Humor…
?????????????????????????????????????????????????????????????
Será apenas porque é Outono e nunca gostei desta estação?
Fico sempre à espera dos dias solarengos de Verão, claro sou escorpião.


PS: e claro que faço anos no Outono, mesmo assim não gosto.

in ProfAvaliação



"O reunitovírus é quase tão mau como o adesivovírus. Mata se não tomarmos as nossas precauções. Há uma medicação eficaz para oreunitovírus. Ora leia:
1. Exija que as reuniões não ultrapassem os 120 minutos. No caso de isso acontecer, tente convencer os colegas a darem por terminada a reunião. Lembre-se de que uma reunião que demore mais do que duas horas é uma reunião mal dirigida.
2. Exija que a aprovação da acta seja feita no final da reunião e não no início da próxima.
3. Exija que as informações sejam divulgadas por email.
4. Exija que a acta apenas contenha as deliberações.
5. Caso haja colegas que pretendam ver as suas intervenções escritas em acta, exija que eles as façam por escrito.
6. Exija que o secretariado das reuniões seja rotativo para não penalizar sempre as mesmas pessoas.
7. Exija que as reuniões sejam marcadas para antes das 16 horas a afim de que possam terminar antes das 18 horas.
8. Não faça nem mais uma reunião do que as que forem legalmente exigidas.
9. Coloque a hipótese de haver reuniões que possam ser feitas online, através de videoconferência, isto é, sem a presença física dos professores na escola.
10. Chame a atenção do coordenador da reunião sempre que ele ou ela esteja a "pastelar". Faça o mesmo para com os chatos que gostam de se ouvir nas reuniões e repetem os argumentos vezes sem conta. Esses já estão infectados com o reunitovírus, sendo por isso extramamente perigosos.
11. Exija que as declarações para acta sejam entregues em formato digital.
12. Se acha que está a haver abusos com as reuniões ocasionais, opte por não comparecer caso a convocatória não seja feita com 48 horas de antecedência
Quer acrescentar mais algumas dicas? "


Obrigado a Ramiro Marques, sempre atento.

sábado, 27 de setembro de 2008

SOS, Professor colocado.

Thanks Béeelinha,,, por este mail, fica bem aqui.

E pelo menos...

E ao menos salve-se o poema e a música dos anos em que as coisas importantes eram outras.

Eu até simpatizei toda a vida com a rosa... "L'important c'est la rose..." pensava eu...

Foto: Rosa Desfocada e Descaída.

Há Artigos de Opinião que merecem ser lidos, , para dar que pensar, para repensar, para não deixarmos de pensar...



"Baptista Bastos : O Ranço Salazarista
Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver.Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos.Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura doimprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina doviver português e do existir em Portugal.Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos nafutilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativodas nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma: são, também,dores físicas.Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem. Astelevisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesmapauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossosproblemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem osouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixouPortugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Quese passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foiaparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vidanacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia oSoares.'Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto doismilhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injustonestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro quehá. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos dapobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezesnão se sabe como.Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatizaçãode quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E oprimeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que estáa defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates dizexactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desportoparticularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governosem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente éinexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falarverdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristezado nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformasde não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossosjovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; ailiteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-seque a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general querecebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-seque, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveisconsequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seutimbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, ManuelAlegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas,socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, éagir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado amaioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem emescalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos peladr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar osolhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque nãoquerem.A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com acumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante osrelatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizerpara ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição deumas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Umsocialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. Oacréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso,seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando deJosé Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significaque nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses.Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vezmais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta. "

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

E se Todo o Mundo for Composto de Mudança...



Ando numa “freima” criativa, de transformação e organização de matérias e actividades, fichas e aplicações para o meu 3º C, que não me deixa tempo para vir aqui, tanto como queria.
Não interessa. Acho que depois de um tal banho de reuniões, papeladas e afins, estou agora a cair em mim. Acho que a minha passividade, ou talvez indiferença, se devia ao facto de estar em negação. Acordei!
Afinal eu sou e serei professora, interessa-me lá bem que as estatísticas digam que o insucesso acabou, que os alunos estão todos mais sábios, que “Portugal não tem os professores menos bem preparados … blá, blá blá…”
Vou mas é voltar a fazer o que gosto, e o que gosto, se eu quiser, ninguém me tira. O resto é ver no que vai dar. Quero esquecer que eles existem. Quero dar-lhes menos importância. Xó depressão…!!!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Recado na Caderneta

Enviado por uma encarregada de educação (que tem escalão A), na caderneta do seu filho, para a professora do mesmo:
"Agardesso que me inbie o codigo do kumputador que o meu filho tem dereito. Queru que le telha um maganhães."
Pudera, no jornal dizia que eles iam ser distribuídos ontem!

RANKINGS E XANAX- Texto de Daniel Oliveira, no Expresso.>

Acabei de receber este mail! Pela forma como ele está escrito, Parabéns Daniel Oliveira e permita-me que o meu post de hoje. se sirva dele!

"Esta semana evite a companhia de professores. Falar com qualquer um deles pode deixá-lo em mau estado. Vivem, nos dias que correm, em depressão colectiva. A sucessão de reformas, contra-reformas e contra-contra-reformas, a destruição do que se foi fazendo de bom - do ensino especial ao ensino artístico -, a incompetência desta equipa ministerial e o linchamento público de uma classe inteira tem os resultados à vista: as aulas recomeçam com professores tão motivados como um vegetariano perante um bife na pedra. Sabem que os espera apenas uma novidade: a avaliação do seu desempenho. E é, ao que parece, tudo o que interessa a toda a gente: a avaliação dos professores, a avaliação dos alunos, a avaliação das escolas, a avaliação do sistema educativo português. Tenho uma coisa um pouco fora do comum para dizer sobre o assunto: a escola serve para ensinar e aprender. Se isto falha, os exames, as avaliações e os "rankings" são irrelevantes. Talvez não fosse má ideia, enquanto se avaliam os professores, dar-lhes tempo para eles fazerem aquilo para que lhes pagamos em vez de os soterrar em burocracia. Enquanto se exigem mais e mais exames, garantir que os miúdos aprendem com algum gosto qualquer coisa entre cada um deles. Enquanto se fazem "rankings", conseguir que a escola seja um lugar de onde não se quer fugir. E enquanto se culpam os professores pelo atraso cultural do país, perder um segundo a ouvir o que eles têm para dizer. Agora que já os deixámos agarrados ao Xanax, acham que é possível gastar algumas energias a dar-lhes razões para gostarem do que fazem? Se não for por melhor razão, só para desanuviar o ambiente nos edifícios onde os nossos filhos passam uma boa parte do dia."

SABEDORIA


“Nunca se justifique, porque os amigos não precisam e os os inimigos nunca acreditam.”

(Provérbio Árabe)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Assunto: De como a monstruosidade do artigo 35º do Decreto-Lei 15/2007 está a destruir a profissão docente e vai empobrecer os professores


«O artigo 35º do Decreto-Lei 15/2007 é a chave que permite compreender o verdadeiro objectivo do novo ECD: estrangular a carreira docente, empobrecer os professores, desfigurar a profissão docente e aumentar exponencialmente os ritmos de trabalho e a carga horária semanal dos professores. A colega Maria Lisboa enviou-me um esquema que explica muito bem a relação existente entre o acumular das funções prescritas pelo artigo 35º e o tempo dos professores. A leitura do documento permite-nos chegar às seguintes conclusões:1. 71% das funções prescritas no artigo 35º exigem a realização de reuniões.2. 86% das funções são exercidas fora da sala de aula.3. 58% das funções exercidas fora da sala de aula nada têm que ver com as funções lectivas.4. Apenas 29% das funções não exigem reuniões.5. As actividades relacionadas com a preparação, implementação e avaliação das práticas lectivas representam apenas 43% das funções docentes (alíneas 'a', 'b', 'c', 'd', 'g' e 'h' do artigo 35º).6. Do elenco das 14 funções gerais, apenas 6 se relacionam com a prática lectiva, sendo que apenas 4 delas se executam na sala de aula.7. Das funções docentes, apenas 7% são directa e objectivamente direccionadas para o exercício de actividades em contexto de sala de aula. As restantes funções (93%) implicam a utilização de espaços e tempos que não os de aula.(Realizado com base no documento preparado pela colega Maria João Fernandes).Sugiro uma leitura atenta do documento preparado por Maria João Fernandes para se compreender melhor a monstruosidade do artigo 35º e de como a sua aplicação está a impedir os professores de prepararem e realizarem as actividades lectivas. A leitura do documento permite-nos verificar que a aplicação das 20 alíneas do artigo 35º, cada uma com uma ou mais funções docentes específicas, obriga os professores a um horário de trabalho que ultrapassa as 40 horas semanais. Os sindicatos devem centrar a luta na revogação do artigo 35º porque esse artigo é a mãe de todas as injustiças. É graças a ele que foi possível criar um modelo de avaliação de desempenho altamente burocrático, consumidor de tempo em tarefas não lectivas, injusto e gerador de parcialidades e perseguições de natureza pedagógica, ideológica e política.
Em conlusão, podemos perguntar:Considerando que os professores têm marcadas no seu horário semanal de trabalho as componentes lectiva e não lectiva e trabalho na escola, onde estão as horas para a realização das inúmeras reuniões e actividades associadas inerentes ao exercício das funções previstas no ECD? Convém ter presente que 71% das funções docentes prescritas no artigo 35º do ECD exigem reuniões.
Continuarei ao longo do dia de hoje e dos próximos dias a analisar as implicações extremamente gravosas do artigo 35º do Decreto-Lei 15/2007, no sentido de tentar mostrar que é esse artigo que está a destruir a profissão docente e a impedir que os professores desempenhem a sua missão: ensinar. Gostaria de ouvir a opinião dos colegas sobre esta quetsão. Convido os colegas a divulgarem exemplos de como o excesso de funções burocráticas está a impedir o exercício das funções lectivas.»
Publicada por ProfAvaliação

domingo, 21 de setembro de 2008

CARTEL DA CANTINA - Era de Esperar


Leram esta notícia?

Claro que nem me espanta, porque neste país, tudo e todos ficam impunes. A não ser os que trabalham, são honestos ou se preocupam em demasia por cumprir as regras.

Não deixem de ler aqui:

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Parabéns FONZI


Parabéns bebé, por já teres 2 anos tão lindos!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Quinzinho Cigano



Tive, há uns anos atrás um aluno de seu nome Quinzinho, de sua etnia cigano, que nos enchia umas manhãs de alegria, outras de desespero. Alegria porque, tudo o que dizia era inocente e hilariante, desespero porque não conseguíamos que aprendesse nem uma letra do seu nome. Carinhosamente era o nosso Quinzinho Cigano e todos os dias tínhamos uma anedota dele.
Quando nos comia um tubo de cola e nós dizíamos que isso lhe fazia mal, ele respondia “é o biiiciio”. Tinha um cálculo mental rápido e eficaz nas contas de somar, mas não fazia uma de subtrair. Isto porque só sabia contar (juntar) as moedas quando andava a pedir.
Hoje, já não sei por onde anda, mas pela minha escola continuam a circular muitos primos, irmãos e outros vizinhos do seu acampamento, situado em pelna cidade mas sitiado por uns taipais, como que a disfarçar.
Isto vem à baila porque hoje, só hoje, começaram a aparecer os progenitores, para saberem em que turmas estão os filhos, saber se a cantina já funciona, e dizer que só podem vir à escola “lá pra Outubro”, porque ainda vão à vindimas.
Resultado, quando chegam já têm faltas que cheguem para não poderem transitar de ano. Mas isto nem interessa, porque agora ninguém fica retido, o que interessa é que perdem sempre as actividades iniciais e quando chegam lá começam, de novo, as professores a fazerem actividades especificas, individuais e individualizadas, exclusivas e particulares, para que eles consigam estar integrados nesta escola de massas, pois se não estiverem, os seus pais ficam com medo de perder as "massas”.
Entretanto, quando voltarem já vai ter que lhes ser aplicado o novo estatuto do aluno, aquele que lhes dá direito a terem uma avaliação justa, aquele que lhes dá todos os direitos de terem sucesso, que vai permitir que eles aprendam com mais êxito e sejam plenos cidadãos.
E os professores vão também aprender a aplicar mais esta lei, para que não fiquem destreinados, para que não deixem de ter que fazer… Os “quinzinhos ciganos” agradecem, de certeza que se vão sentir mais felizes.

Compromissos

Só hoje estive com a minha turma pela primeira vez. Ontem foi o dia do 1º ano.
Abraços, abraços e beijos. E "saudades de ti, professora", "saudades de vós, alunos"..
E coisas que fizemos nas férias e nunca mais acabavam de ser contadas.
Depois os compromissos para um novo ano: todos tinhamos de nos comprometer com algumas frases que emseguida registamos. Para mais tarde verificar se somos Homens (e Mulheres) de palavra.
E a que mais gostei foi: "Comprometo-e que vou ser feliz".

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ainda é dia 16

Eu queria postar uma coisa muita gira de hoje, mas a esta hora ainda estou a trabalhar prá escola, não vá eu chegar ao fim da semana e não ter trabalhados as 35 horas e depois ser penalizada!
Ou não receber o ordenado por inteiro.
Ou não me poderem avaliar.
Ou não ficar bem comigo mesma.
Ou a ministra saber.
Bolas...
Amanhã posto.
Safa, quase que não ia a tempo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Quero a Minha Mãe!


Hoje na minha escola tinha pela primeira vez 109 pequeninos de 5 e 6 anos. Sim, 109 porque no total tenho 442!
E tenho 19 professores para com eles trabalhar nas turmas, mais 12 professores para as AECs e 2…ou 3…ou 4, (porque não estão a tempo inteiro, dividem-se pelas muitas escolas e jardins do meu Agrupamento) professores de apoio e de educação especial.
E tenho 2, sim DUAS funcionárias da escola. Bem, também tenho mais duas tarefeiras (que fazem 4 horas cada uma) e tenho duas funcionárias do Centro de Emprego, colocadas pelo Município, mas que não são para sempre…
Também tenho uma Associação de Pais que, pelos vistos não está contente com esta situação, Deus seja louvado!
E tenho também professores caladinhos, serenos e pacíficos! Como eu!
Agora, o mais importante foi ver 109 carinhas larocas, felizes por estarem na escola, contentes por se sentirem crescidos, independentes, desenrascados…
Depois ainda tive meia dúzia de meninos para quem a escola foi aquela dor de barriga que não se sabe como curar! E as lágrimas corriam gordas, baba e ranho. E pensar que aquelas “mulheres” que eles não conheciam eram as culpadas de eles estarem ali.
E quando tentei dar “colinho” ao Paulo, de cabelos loiros e olhos azuis chorosos, eles me disse a soluçar: ” Por favor, deixe-me ir dar uma volta lá fora para eu ver se está lá a minha Mãe.”
Tanta coisa que eu tive hoje.
E ainda dizem que os professores não têm nada.

sábado, 13 de setembro de 2008

Figurantes de Luxo

Este post era para ser colocado hoje sexta-feira, mas como não dei conta e hoje já é sabado..
E então, como sabem a nossa ministra e outros governantes andam a fazer um périplo pelas escola. É sempre bom no inicio do ano, fica sempre bem, e até temos pena de nunca sermos nós os felizes contemplados.
No entanto, quando menos esperamos recebemos 5m, ou talvez 2m antes, um telefonema a dizer que vamos ter na nossa escola uma televisão e um presidente da câmara, sim, que a seguir aos ministros ficam os autarcas, a visitar-nos.
Pena que ficou a filmagem pelo recreio. Nada de salas de aula, nada de WCs, nada de interiores.
E como afinal ainda não havia meninos (as aulas só começam no dia 15), foram pedidos "Figurantes de Luxo" ou seja que os professores circulassem por trás da gravação.
E logo eu que ainda ando de canadianas, não foi nos meus melhores dias.
Brevemente numa TV perto de si, quando falarem da transferencia dos 2º e 3º ciclos para as Autarquias.
Não perca.

Capitulo IV

Até já me esquecia, porque se está a tornar tão familiar: agora voltam à escola e fazem questão de deixar as portas e janelas abertas. Será que dormem lá? Quem nos acode?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

DIFERENCIAR E PREMIAR


Recebi da minha amiga Flora um comentário com mais alguns itens a acrescentar à minha lista
São eles: Referentes – Critérios – Indicadores - Instrumentos – Evidências…
Termos estes, que ela menciona como os mais “in” da ADD (Avaliação de Desempenho).

Ela lá sabe, pois pertence àquele grupo de “sortudos” que anda a fazer FORMAÇÃO para posteriormente poder “avaliar” o comum dos mortais, leia-se nós, os outros professores.
Eu sei amiga, porque esta semana, nem tive tempo para “postar” nada de novo, pois estive também eu imbuída de espírito formativo, a receber informações (já em segunda mão) de todo este processo, num crescente blá, blá, blá …. blá, blá, blá …. blá, blá, blá …. blá, blá, blá ….
Mas o que gostei mais e retirei para titulo foi da frase “Diferenciar e Premiar”! que a certa altura surgiu num dos muitos itens com que o nosso ministério nos quer agraciar , este ano, na nossa ADD.
Vamos lá a ver como…???!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

É Como Quem Me Arranca Os Dentes…




Continuando de “pé ao peito”, que é como quem diz que isto não curou e ainda continua mal, tenho algum tempo para estar deitada neste sofá, mais por necessidade do que por gosto.
Assim lá vou matutando nesta vida de professor, que nos últimos tempos se pôs de pernas para o ar e não vejo volta a dar!
Papéis,
Fotocópias,
Documentos,
Legislação,
Desunião…
Programações,
Reuniões,
Formações,
Informações,
Avaliações,
Avaliados e avaliadores,
Dirigidos e directores,
Municípios e Associações,
Regras e Decisões…

E eu pergunto:
E as aulas e os alunos?
E ser mestre e ensinar? Partilhar, ouvir, dirigir e orientar?
Descobrir e explorar, sorrir e registar inocência da Infância, com quem eu sempre pensei que ia trabalhar?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Capítulo III


Voltaram à escola

E o que eles gostam mesmo é de brincar com os pioneses.

Andam, literalmente, a ver se nos picam.

Até quando vão continuar?

domingo, 7 de setembro de 2008

Resumo da 1ª Semana de Trabalho

Sinto-me a entardecer.
Sinto muitos a entardecer.
Isso não é bom. Não é bom mesmo!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Eu Nem quero Acreditar Neste Sentido de HUMOR

"É ali que os alunos vão ter aulas? Pensei que fossem os contentoresdasobras." Uma gaffe de José Sócrates, à chegada ao Liceu Pedro Nunes, marcou ontem o arranque de uma visita a três escolas de Lisboa, que serão totalmente remodeladas.
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, apressou-se a esclarecer: "São monoblocos para os alunos terem aulas, eles depois nem querem sair daqui." Sintra Nunes, presidente da Parque Escolar, empresa criada pelo Governo para gerir as obras nas escolas, reforçou: "Estas salas provisórias são as melhores, vão ser utilizadas 240 durante as obras por todo o País." Os contentores são acanhados, mas têm aquecimento e ar condicionado. A directora do liceu, Ana Vilarinho, reconheceu que é um sacrifício necessário."


in CM se por acaso quiserem ler a reportagem toda!!!!

E agora digo eu: Será que estes senhores não sabem que no seu país andam, há já vários anos, professores a dar aulas nestes contentores, cantinas a funcionar nestes contentores, e outras coisas ainda mais graves?????

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Continuação do Próximo Capítulo


E não é que voltaram lá hoje?

Novamente tudo pelo ar, sujidade que chega, livros desarrumados, armários vasculhados...

E amanhã?

E até quando?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

E Assim Se Começa


1 de Setembro. 8 da manhã. Telefone a tocar.
Professora, andaram na nossa escola!”
E pronto, assim se começa um ano lectivo, com a respectiva chamada para a GNR, vistoria em todas as salas para ver o que falta e o que estragaram.
Surpresa, para além de uns quantos armários abertos e centenas de pioneses espalhados pelo chão , não roubaram nada. Marca de sapatilhas em cima do balcão da cozinha, producer of the Levi Strauss. Quem serão eles?
Jovens a quem a escola nada deu e resolvem marcar a entrada no ano lectivo com mais uma manifestação de desprezo pela instituição onde andaram e não lhes deixou saudades?
Menos jovens, que foram somente à procura daquilo que viram e ainda voltarão para levar?
Se assim for, daqui a uns dias lá ficamos novamente sem o pouco que temos e que nunca mais voltaremos a ter.
Quem e o que é que se pode fazer?
Espero não ter continuação deste capítulo para postar.


Entretanto: FAÇAM O FAVOR DE COMEÇAR BEM O ANO!