sábado, 20 de junho de 2009

Vale a pena ler aqui , no Blog ProfAvaliação, sob o título
Não resisti e coloquei lá este comentário. Mas breve conto a história do ceguinho com mais capítulos.
"O número de comentários a este post é significativo...
Para além de tudo, sou professora do 1º ciclo e há ainda muito mais coisas que fazemos e não foram descritas (por exemplo, damos por semana, para além das 25h mais duas que são chamadas de "apoio ao estudo". Portanto são 27 horas com alunos)... temos nas turmas alunos de dois e por vezes 3 ou 4 anos de escolaridade (porque não podem pedagogicamente mudar de grupo - traumatiza !!!-). Portanto dentro da sala de aula, programámos para vários anos de escolaridade e damos matérias diversas durante o dia, e para diversas áreas disciplinares...
Enfim, também não temos professores de apoio para as crianças "incluídas". Mas temos de lhes dar todos as atenções a que têm direito, é verdade. Fazemos tudo.
Mas claro que talvez tenhamos um pouco do que merecemos. Passo a explicar: acho que somos pouco interventivos, pouco esclarecidos e por isso nos deixamos desculpem dizer "comer por lorpas".
Para além disso, os pais, ao longo destes últimos tempos principalmente, manifestam uma enorme falta de respeito por nós e apontam-nos as culpas todas. Partem para a violência verbal e tb física.
Aqui se vê pelo comentário elaborado do Martins, que sendo dos únicos que comentou, apenas apontou o dedo.
É sempre assim.
Estamos sozinhos, sr Martins! Uma turma, um professor. Perceba a diferença de trabalhar nos outros ciclo, em parceria com vários colegas.
Costumamos ter o mundo contra nós. Ninguém percebe a dificuldade de trabalhar com crianças desta faixa etária. Poucos valorizam a nossa prática.
E pensando bem, as coisas não estão a melhorar, isto porque ao sermos assim tratados estamos, na maioria, desmotivados, cansados e a perder a fé!
Quem perde é a educação em geral."

3 comentários:

Anónimo disse...

Prezada amiga:
não sou professor do 1º Ciclo ( podia dizer felizmente e tb posso dizer infelizmente).
Felizmente porque ninguém imagina o trabalho que é necessário desenvolver para motivar, interessar, responsabilizar, incutir regras, educar, instruir, orientar , ...(ufff). O ser pai, mãe dos filhos que não são nossos,...
Só um grande ignorante não reconhece o valor destes profissionais. Pessoalmente considero extremamente JUSTO que estes profissionais, com um dia a dia esgotante, se reformem mais cedo. Disse!
Ah! Não bastava esse trabalho e agora descobriram os papéis. E é só um a fazê-los. Não tem redução como os DT´s ( and so on)...
Infelizmente porque é um deslumbre ver e acompanhar a evolução destes jovens, ver o carinho que dedicam ao seu professor,... e sentir que têm um pouquinho de nós e claro eu, que não sou do 1º ciclo, estou impossibilitado de o fazer.
Aos que opinam sobre tudo e todos pensando que "a sua enorme sabedoria" deve prevalecer sobre a opinião de outros, aconselho vivamente: pensem 60 000 vezes antes de falar, há 60 mil profissionais que, se não se sentirem protegido, correm o risco de começar a fazer um mau serviço e isso é péssimo para a educação deste país!

Anabela Magalhães disse...

E ainda te faltou falar das (des)aventuras com o magalhães! :)

Martins disse...

Com que então eu apenas apontei o dedo.
Para já, ninguém teve a coragem de escrever que aquilo que relatei só podia ser falso, depois também elogiei muitos docentes do 1º Ciclo (você incluída) e finalmemte a Bea deve a ler muito o José Manuel Fernandes.

Abra lá os horizontes