quinta-feira, 9 de julho de 2009

«Fórum Educação - educação, que futuro?»,

Resumindo e concluindo, aqui :
«É preciso mudar o modo de gerir a escola. Os professores não podem estar muito ocupados com tarefas burocráticas, têm de estar ocupados em trabalhar os alunos».

2 comentários:

Anónimo disse...

Sim?!
Mas que não se caia na asneira de por a gerir as escolas aqueles gestores que deram cabo do tecido empresarial deste país ou aqueles que desviaram milhões para contas no exterior ou ainda aqueles que estando em cargos de responsabilidade pública contrataram amigos e pagaram fortunas pelos serviços que não fizeram.
Não será mais fácil e barato voltarmos à gestão democrática das escolas. Se funcionou, se os alunos tiveram sucesso, se ... é porque os professores sempre foram capazes de encontrar a melhor estratégia e a melhor metodologia para dar a resposta aos problemas, pontuais ou sistémicos, que surgiram.
Por vezes pergunto-me se estes estudiosos sabem do que falam ou será que se ouvem tanto uns aos outros que distorceram a realidade( claro, isto sou eu a pensar que não percebo nada do assunto).

Anónimo disse...

As crianças passam demasiado tempo na escola
por Agência Lusa, Publicado em 09 de Outubro de 2009

Segundo a investigadora, as crianças entre os seis e os 12 anos “trabalham hoje para e na escola, no seu ofício de alunas, cerca de oito a nove horas diárias, ou seja, cerca de 40 a 45 horas semanais”.
“A intenção deste livro é criar um debate público sobre a questão da ocupação das crianças e, de alguma maneira, alertar para o direito das crianças”, disse à agência Lusa a investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Universidade do Porto.
A desenvolver um trabalho de investigação sobre questões levantadas pelo conceito de “Escola a Tempo Inteiro e as Actividades de Enriquecimento Curricular”, a autora considera que “as crianças estão muito ocupadas, têm muitos trabalhos e actividades para fazer todos os dias” ficando sem tempo para brincar.
“Essas actividades podiam ser brincar, mas são sempre em função da escola”, sublinha, acrescentando que “os pais têm uma preocupação muito excessiva em relação ao tempo escolar”.
A investigadora ressalva que escola a tempo inteiro é uma medida óptima, mas as crianças deviam fazer as actividades que elas pudessem escolher. “A grande questão não é só a quantidade de actividades que fazem, mas o facto da metodologia prevalecente nessas actividades ser sempre orientadas pelos adultos e elas nunca poderem escolher. São aulas atrás das aulas”, sustenta.
Para Maria José Araújo, é preciso “repensar o modelo da escola”. “Este modelo não pode continuar porque as crianças não aguentam”, realçou.
No livro, a autora, que trabalha há 19 anos com crianças, tenta responder às seguintes perguntas: “Fará sentido que, na sociedade contemporânea, as crianças trabalhem mais do que as 40 horas que achamos razoáveis para os adultos? Fará sentido prolongar de tal modo as suas ocupações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar? Será que temos o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de Escola?".
“A angústia dos pais para que as crianças trabalhem muito para ser alguém, como se as crianças não fossem já hoje alguém, pode comprometer tanto o seu presente como o seu futuro”, sublinha.
Maria José Araújo explica que este livro é, sobretudo, o “resultado de muitos anos de trabalho com crianças e adultos, de muita brincadeira com ambos e de muita preocupação colectiva sobre as consequências negativas que resultam do excesso de trabalho e de actividade organizada para os mais pequenos”.
É, fundamentalmente, um alerta para a questão dos direitos das crianças. "Sobre as crianças aprendi mais com elas do que com os adultos ou com os livros", remata.
O livro "Crianças Ocupadas", de Maria José Araújo e editado pela Prime Books, será lançado sábado, pelas 18:00, na Livraria Salta Folhinhas, no Porto.
A apresentação da obra será feita por Agostinho Ribeiro, professor jubilado da Universidade do Porto, e por Dulce Guimarães, da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Porto Oriente e da Associação de Ludotecas do Porto.